quinta-feira, 26 de agosto de 2010

A vã pergunta

Esta jovem pensativa, de olhos cor de mel e de longas pestanas penumbrosas
Que está sentada junto àquele jovem triste de largos ombros e rosto magro
É ela a amada dele e é ele a amada dela e é a vida a sombra trágica dos seus gestos?
Este trem veloz cheio de homens indiferentes e mulheres cansadas e crianças dormindo
Que atravessa esta paisagem desolada de árvores esparsas em montes descarnados
É ele o movimento e é ela a fuga e são eles o destino fugitivo das coisas?

Que dizem os lábios murmurantes dele aos olhos desesperados dela?
Que pronunciam os lábios desesperados dela aos olhos lacrimejantes dele?
Que pedem os olhos lacrimejantes dele à paisagem fugindo?
Não são eles apenas uma só mocidade para o tempo e um só tempo para a eternidade?
Não são seus sonhos um só impulso para o amor e os seus suspiros um só anseio para a pureza?
Por que este transtorno de faces e esta consumição de olhares como para nunca mais?
Não é um casto beijo isso que bóia aos lábios dele como um excedimento da sua alma?
Não é uma carícia isso que freme nas mãos dela como um arroubo da sua inocência?
Por que os sinos plangendo do fundo das consolações como as vozes de aviso dos faróis perdidos?
É bem o amor essa insatisfação das esperanças?
                                                            Vinícius de Moraes

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Aleatoriedade de segunda-feira

  Bom, começando a semana meio mal, decidi desmontar o meu computador por questões... educacionais? O fato é: fui mal no simulado (relativamente mal, ou seja, não atingi a minha meta), e agora necessito estudar. Confesso que dei uma abandonada no blog, as doses diárias acabaram se tornando doses semanais, doses mensais, doses da quinzena, sei lá. Apenas deixaram de ser diárias.
  Continuo me irritando com tudo e todos que se movem ao meu redor. Acho que estou gostando de alguém que não liga pra mim. Preciso estudar. Fiquei abaixo da média na prova de química. Ah, e agora, escrevendo tudo isso, senti-me uma adolescente - aborrescente, como diz minha mãe - em crise. Que não liga pra ninguém ao seu redor e só e somente só para o próprio umbigo.
  Tá, então, uma amiga está meio mal de uns tempos pra cá e a gente tá fazendo de tudo para animá-la. Espero estar dando certo.
  Ah, outra coisa. Dias atrás me bateu uma saudade dos EUA. Foi um cheiro que eu senti, e me remeteu ao cheiro de lá. Era o mesmo! haha Estranho isso né? Um cheiro me lembrou de um lugar. Assim como um cheiro pode lembrar alguém, ou até uma música, vai saber.
  O horário político me estressa e me diverte ao mesmo tempo. Vejo pessoas - inúteis, mas isso não vem ao caso - querendo ocupar um lugar na sociedade. MANO, VAI TRABALHAR E FAZER ALGUMA COISA ÚTIL! Não citarei nomes, mas tem até humorista querendo ser político. Meu deus, se continuar assim, eu me candidatarei pra presidente, tá? O voto da minha família pelo menos eu terei. Aposto que até eu, aborrescente sem ensino médio completo, faria algo melhor pelo Brasil. Ah, sem citar nomes de novo, tem uma mulher fruta querendo ser alguma coisa também.
  A minha reação ao ver a propaganda política da mulher-fruta?
  - Putz! ...
  É. Os outros países já não têm uma imagem muito boa da mulher brasileira. Pra eles, somos todas prostitutas doidas, que pegam qualquer cara na balada e faz o que eles quiserem. Agora, pensa comigo, imagine se tivermos uma mulher-fruta no governo de qualquer coisa que seja. Sério, então eu desisto de estudar, vou pra academia malhar a coxa, e me candidato quando estiver bem gostosa. Ah, e a minha propaganda eleitoral vai ser com um funk rimadinho.

  - Ou você toma um rumo na vida, ou se candidata pra governar alguma coisa.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Adeus ano... velho? Já?



  Descobri que a vontade maior do meu ser é deixar a minha marquinha. Seja no lugar onde estou, por onde passei, nas pessoas que conheci. Adoro quando sabem o meu nome, quando me reconhecem na rua ou lembram de mim por feitios honráveis. 
  Falar que 2010 foi o ano que mais desafiou minha natureza é o básico, né? Eram 599 novas pessoas. A minha paixão por elas é meio óbvia. Fico assim, só observando o jeito como elas agem, reagem, conversam, e crio de cada uma das pessoas que cruzaram meu caminho uma imagem, que pode ser mudada ou não. Várias dessas "cobaias" já me fizeram mudar de opinião quanto a elas mesmas. E é pra falar sobre isso que eu estou aqui hoje.
  Ontem, no almoço da escola, estava lá o terceiro ano tirando fotos. Todos os 200 (e mais uns dois) alunos, sentados, fazendo poses e sorrisos pra câmera. Foi um baque pra mim, pra minha cabeça. Todas aquelas pessoas, várias essenciais, estão indo embora. E isso me fez pensar ainda mais no meu ano. O meu, nosso, primeiro ano de 2010.
  Sabe, eu não conheço - nem de longe - todos vocês. Somos duzentos e um. Duzentos e um corações. Duzentos e um núcleos de energia que se fundem pra formar uma só corrente elétrica, que arrepia a todos que nos veem passar exibindo esses uniformes tão diferentes. Somos, hoje, Bandeirante, Ipanema, Legacy, Phenom e Tucano. Ano que vem, todas essas salas irão se misturar, dando a cada pessoa uma nova identidade, ainda desconhecida. E então, deixaremos de ser os xodós do colégio, os queridinhos do Gilsão. Não teremos mais a desculpa da "fase de adaptação" e muito menos dizer que temos saudade de assistir sessão da tarde. Até porque, nem nos lembraremos que isso existe fora das férias. A comida da mamãe vai ser - assim como já é - regalia de fim de semana, presente até de aniversário. E o crachá vai continuar sendo nosso queima filme com todas essas fotos lindas, todos com carinha de neném.
  E então vai chegar o dia. Reenturmação, segundo ano, trabalho de décadas, tia Marta como disciplinária. O temido "outro lado do corredor", o corredor do segundo ano. E tudo vai ser tão diferente, como foi no nosso primeiro dia do primeiro ano. Tanta gente nova pra conhecer, de novo. Tantos momentos que vão marcar pra sempre, assim como no primeiro ano. O primeiro simulado, quem lembra? Você pode perguntar pra qualquer um, todo mundo deve lembrar. 
  Marcar. É isso, a minha natureza. Fazer com que um nome - duzentos e um, que tal? - seja lembrado como símbolo de força de vontade, união. A turma que construiu uma história bonita de se contar nas rodas de conversa. "Ah, mas um dia, em um lugar tão tão distante, duzentas e uma pessoas fizeram uma história grandiosa". Não, não é preciso que a história do planeta seja mudada pra que a nossa história grandiosa seja. É preciso apenas que corações sejam tocados. 
  Quem sabe isso não dê certo, não é? Formemos uma família então! Os corações já estão prontos para serem tocados. Vamos vestir a camisa e botar pra quebrar. Quebrar ideias erradas sobre nós, mostrando quem realmente somos - bons e prontos pro que vier. Aliás, que venha o que tiver que vir! Eu não estou sozinha nessa. Tem mais duzentos pra me segurar quando eu cair, pra me apoiarem quando eu me desequilibrar, e pra eu ajudar quando sentir necessário. Eu falo por mim e, com a devida licença, por vocês também.
  E, aos que partem, deixo uma parte de mim. Palavras consoláveis, abraços totais, sorrisos e olhares que entendem. Parabéns terceiro! Agora é fazer o que tem que ser feito, da melhor forma possível.
                               Para todos - TODOS - os que realmente conseguiram me cativar.

"Você falando agora.. fiquei me espelhando a dois anos atrás, eu ficava mor 'panz' de ver o terceiro ano de quando eu era primeiro, caindo na real, entrando em clima de despedida. Aí meu coração ficava pequeniníssimo. Mas aí eu conseguia ver que eles não estavam tristes, mas sim contentes. Passei a olhar mais nos olhos da galera, e vi que eles choravam de alegria, de sentimento de missão cumprida, de que eles conseguiram o que queriam, e que eles estavam contentes pelos 3 anos e que formaram uma familia que nunca vai ser esquecida. Então, eu parava de ficar triste por eles, e ficava feliz, por mim e por eles. Por eles, por que eles marcaram e foram embora realizados e contentes, e por mim, por que eu vi que tinha tempo ainda pra escrever minha historia ali na escola e que no término de três anos eu queria sair tão contente como eles. E agora estamos aqui. Eu choro por alegria junto com o meu ano que foi fantástico e eu sei muito bem disso, e você aí com os olhos que eu estava há dois anos. Mas, ao invés de fechá-los pra selar lagrimas, você tem que abri-los e fixá-los no dia de amanhã, pra poder planejar fazer tudo o que você deseja, dando o melhor de você pra que, quando for sair, você possa ter as mesmas lágrimas que eu tenho hoje, de gratidão e não de melancolia. Aproveita o tempo que voce tem pela frente, que eu tenho certeza que você vai ter muito sucesso. Vou voltar na escola daqui a dois anos e aí a gente vai conversar, e você vai falar: É, VOCÊ TINHA RAZÃO! "
                                 citação de Fernando Martins, valeu Ferzão s2

Querida Holly,

Eu não tenho muito tempo, não digo literalmente. É que você foi comprar sorvete e vai voltar logo! Mas tenho a impressão de que é a última carta porque só resta uma coisa pra dizer. Não é para se lembrar sempre de mim ou comprar um abajur, você pode se cuidar sem a minha ajuda, é para dizer como você mexeu comigo, como você me ajudou me amando, você fez de mim um homem, Holly, e por isso eu sou eternamente grato, literalmente. Se pode me prometer alguma coisa, prometa que sempre que se sentir triste ou insegura, ou perder completamente a fé, vai tentar olhar para si mesma com meus olhos. Obrigado pela honra de ter você como esposa, eu não tenho o que lamentar, tive muita sorte. Você foi a minha vida Holly, mas fui apenas um capítulo da sua. Haverá mais, eu prometo! Portanto aqui vai o meu grande conselho: não tenha medo de se apaixonar de novo, fique atenta àquele sinal de que não haverá mais nada igual.
P.S. Eu sempre vou te amar.
                                                                                       A última carta de Ps. I Love You

domingo, 8 de agosto de 2010

Procura-se

  Desde o dia 30 de julho de 2010 sentimos falta da inspiração. Geralmente muito flexível e que abrange vários assuntos, a mesma foi utilizada pela última vez em uma redação que, modéstia a parte, ficou um lixo. Faz-se necessária a presença da Inspiração em Thaís, pois é com ela que a menina arruma assuntos e textos para serem postados como Doses Diárias. 
   Por muito tempo utilizada de uma boa forma, a D. Inspiração acabou se rebelando e fugiu, saindo pela janela da alma, correndo pelos campos floridos da vida e perdeu-se por aí. Quem achar, favor entregar.. a mim. Recompensa-se bem, com textos bonitos, longos, emocionantes e vindos do fundo d'alma. Ou, em caso de notícias sobre a desaparecida, favor entrar em contato.. por aqui. Grata!

sábado, 7 de agosto de 2010

Pensamentos soltos

  Estranho parar pra pensar que a vida se adapta aos poucos à cada um e à cada novo acontecimento da nossa rotina. A gente se acostuma com o sapato que incomoda, acostuma-se a dar bom dia, mesmo xoxo e sem gracinha para a moça da faxina, a comer a mesma salada, o mesmo molho, no mesmo prato. 
  Gosto de sentir que está tudo ficando diferente. Novas amizades, novas coisas para se fazer durante a semana, talvez até um jeito novo do coração bater. Um jeito? Ou um motivo? É. Já havia comentado que é bem fácil me cativar. Um sorriso, meia dúzia de palavras inteligentes e bonitas, e eu já adoro. Não no sentido de amor-da-minha-vida, mas no sentido de você-vai-fazer-a-diferença. Gosto de ver as pessoas felizes, gosto também de fazê-las felizes. Penso que quando você faz alguém feliz, isso te torna igualmente feliz.
  Tenho um apego enorme pelos amigos. Gosto de atenção. Sou completamente carente por atenção. Nos últimos tempos, tenho tentado me virar sozinha quando me dá na telha. Só pra ver como eu me sairia sem ninguém. 
  Ah, acho que estou aprendendo a tomar consciência das minhas ações. Aliás, das minhas e das outras pessoas. Parece que eu sei o que elas estão pensando, entende? Não sei se está certo, mas deve ser o mais provável. Sei o motivo pelo qual as pessoas agem de determinada maneira. Consigo decifrar suas expressões corporais, o que os olhos anseiam. É beem divertido. É como seu eu soubesse, praticamente, ler o pensamento de quem eu "analiso". Você devia tentar. Quem sabe não adivinha o que eu quero? *-*

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Hahaha

"Só feche o livro quem já aprendeu. Só peça outro amor quem já deu o seu."
 - Oi, hã.. quero um amor bem fresco, pra viagem. 


   Mas me diz, você realmente pensou que eu ia voltar atrás dessa vez? Desculpa, mas não. E sem essa história de que você também tinha esperanças, de que, mais pra frente, quem sabe, nós não estaríamos bem de novo. Ah! Cansei! Chega uma hora que o meu "mundinho de menina" desaba e ficam só os escombros. Vozes perdidas e soterradas nesse mundinho me dizem pra voltar às vezes, mas eu simplesmente jogo mais algumas pedras por cima delas. Lembra que você sempre me jogava na cara que eu vivia num mundo de ilusões? É, agora eu é que penso isso mesmo. Mas o mundinho tá caindo, como eu disse. E, logo depois de você me jogar isso e muito mais na cara, eu tentei terminar. Você se lembra disso? Mas você chorou, na minha frente, e eu pude perceber que não eram lágrimas de crocodilo, eram lágrimas sinceras. E então eu voltei atrás na minha decisão. Senti uma vontade enorme de te abraçar apertado, mas não pude. Você entende, eu acho.
   Não nego mesmo que sinto falta. Sinto. Às vezes me bate uma vontade louca de te ligar, de te mandar uma mensagem, de ir até você. Mas eu seguro. Guardo tudo numa caixinha aqui dentro, que já deve estar até explodindo.
   Será possível que daqui a uns anos a gente volte a se encontrar, nesse mundo tão grande?
   Só não entendo uma coisa.. Se você tinha esperanças, porque tem outra pessoa na sua vida agora? Estranho né? Isso foi uma das coisas que me deu um empurrão a mais pra seguir em frente, sem olhar pra trás. Olhando só pelo retrovisor, tentando ver como você reage em meio às minhas lembranças.
   A menina que parece comigo no seu onibus, as musicas que eram cantaroladas num momento bonitinho, aquelas palavras ditas. Eu te disse pra esquecer muitas coisas, tudo. Mas eu percebi que não é isso que quero. Fiz isso virar história. Estou aqui, contando pra quem quiser sentar e ouvir. Só não conto os detalhes, você sabe. 
   Já fiz tanta coisa por você. Quer fazer uma pra mim? Não se manifeste quanto a isso. Se quiser se manifestar, deixa um recado com alguma das meninas. Eu prefiro não ter contado. É melhor, eu sei.

domingo, 1 de agosto de 2010

Não vá

Não vá voltar pra casa, fingindo que nada aconteceu. Não vá olhar pro nada, porque eu sei que a unica coisa em que você pensa sou eu! ;)
                                                                            O cara certo - Underline