sábado, 1 de dezembro de 2012

Querido Deus,

    Bom retornar àquela nossa conversa de "pra onde estamos indo?", pois suas decisões na vida do próximo andam me complicando um pouco. O que é que você tem na cabeça pra me aprontar mais uma dessas, meu deus? A vida tava boa, eu não tava reclamando de nada, tudo estável e agradável. Mas daí você me manda um caos total pra vida dessa pessoinha aqui, e, PIOR!, envolvendo mais pessoas.
    Deus, Deus, espero que seus planos sejam bons para isso tudo que tá passando aqui na Terra. Porque, além de instalar o caos, ainda agrega a ele um sentimento bom. Mas você sabe fazer as coisas, hein?!
    Ultimamente venho te questionado com mais frequência, porque nao acredito que isso tudo tenha sido plano seu. Quem anda te ajudando aí em cima? E meu anjo da guarda, onde é que tá esse moleque que só sabe ficar aí batendo asa sem rumo e sem nexo? Anjo idiota. Ao invés de me guiar no meu plano espiritual, só serve pra atirar essas flechas desnorteadas.
    Tô tentando te aprender, Deus. Ver se eu consigo entender esse negócio de viver um dia de cada vez, e aproveitar as pessoas, e aproveitar o que ainda nos resta. Até porquê, quem sabe o que vai acontecer amanhã?
    Deusinho, ajuda-me a perceber que tudo isso que tá acontecendo é bom, e que nada é por acaso. Proíba-me de querer adiantar todas as coisas, e de pensar demais nelas também. Eu sei que algum motivo tem pras coisas virem à tona. E pra acabarem. E pra renascerem. Tomara que esse motivo seja crescimento e experiência.
    Tudo o que antes eu julgava errado agora me questiona e me aponta. Julga-me errada. Deixa de fora minhas feridas mais expostas e me despe frente a todos. E assim, nua, começo a construir todas as minhas verdades de novo.
    Enfim, espero que o futuro me surpreenda. Aviso dado? Que tudo isso se resolva do jeito que tiver que ser, e que eu seja feliz. E as outras pessoas também. Perto ou longe. Amém.

Uns nós



   Não sei se a vida é só essa. Não sei se a gente tem outra chance de mudar o que já tá escrito - e se realmente está -. O que me importa é que a vida me deu um nó de doer o dedo pra tentar tirar. O que me incomoda, é que dessa vez eu coloquei a felicidade tão longe que minha vontade de buscá-la é maior do que o comodismo do bem-estar natural e rotineiro. 
    O medo de mudança se balança à medida que os dias passam, e tudo fica claro: existem dois caminhos a seguir em tudo o que se faz na vida. Lições são aprendidas em ambos, mas pra serem incorporadas, precisam ser vivenciadas. É fácil contar uma experiência vivida para alguém, e esperar que essa pessoa a absorva como você a absorveu vivendo. É preciso passar por algumas situações para a mente mudar, e as opiniões se diversificarem. Eu, que antes achava isso, mudei porque a gente aprende que pré-conceito sempre erra.