sexta-feira, 9 de novembro de 2012

O dia em que tudo foi igual

    Essa, obviamente, é a história do dia em que foi tudo igual. O tempo, traiçoeiro, decidiu se repetir dia após dia durante um certo... tempo. As pessoas vestiram as mesmas roupas, falaram oi com a mesma intonação. As que saíram atrasadas, continuaram atrasadas. As que sofreram, sofreram mais inúmeras vezes e as que sorriram, continuaram sorrindo por um bom... tempo.
    Via-se nas ruas, quem saísse na janela às sete da manhã, como num filme velho gravado numa fita, as mesmas pessoas, com os mesmos meros sentimentos, com as mesmas caras de: O que temos para hoje?, e o mesmo pensamento de que o ano passou muito rápido, e já é novembro, e Onde vamos passar o natal, família?
    Felizes mesmo foram os que naquele dia acharam dinheiro no chão, foram tomar um sorvete, reataram um namoro, ganharam um carro, passaram no vestibular (aiai, esse vestibular...), jogaram nos números certos na loteria ou, enfim, casaram com o amor. Mas ninguém, no fim, deu crédito demais ao que acontecera nessa repetição.
    A repetição leva ao cansaço, à nostalgia daquilo que, um dia, foi diferente. As coisas, antes surpreendentes e extraordinárias, viram praxe. Quiçá, tornam-se até chatas e incômodo.
    A vida precisa mesmo é de fazer alguma coisa inesperada, sair do comodismo, parar de cruzar os braços quando algum problema aparece. Doeu? Faz parte. Quem tá vivo sente dor mesmo. A não ser que você tenha aquela doença das pessoas que não sentem dor, aí tudo bem não doer mesmo...
    Mas, se você não é uma pessoa que tem essa doença, esse parágrafo vai ser uma grande lição de vida: A gente passa por testes a vida toda, pra ver se tá pronto pra ir embora. Entendeu? A gente é testado e tentado a vida toda... pra morrer! Então, tenta não fazer tudo igual todo dia a todo momento, porque tudo, na verdade, é isso o que a gente vive agora. Ao invés de ser uma das pessoas da história verídica acima, seja a pessoa que sempre olha pela janela e as vê repetindo a vida que vem pela frente e lamentando a que passou, só que tomando um café num dia, um chá no outro, um pedaço de torta no próximo...

Um comentário:

  1. Ah menina, sentiria falta de tuas palavras por aqui, se por trapaça do destino, não pudesse ouví-las pessoalmente todos os dias.
    Pelos que não têm a minha sorte: Obrigada pela volta!


    Abraços, e, que voce saiba sentir os saborosos ventos que os moinhos nos têm proporcionado. ;D

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