segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Passou

Passou,
Como tudo passa
E algo em tudo que passa, fica
Passou,
Porque tudo passa
Porque tudo se pacifica

Vejo lágrimas no olhar,
Vejo gente a rodear
Coisa que ninguém explica,
Que o mistério faz calar.
Tá chovendo dentro dela
Quase que um temporal
Remoendo mil mazelas
De um romance sem igual
 
Scracho - Passa e fica

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

O dia em que tudo foi igual

    Essa, obviamente, é a história do dia em que foi tudo igual. O tempo, traiçoeiro, decidiu se repetir dia após dia durante um certo... tempo. As pessoas vestiram as mesmas roupas, falaram oi com a mesma intonação. As que saíram atrasadas, continuaram atrasadas. As que sofreram, sofreram mais inúmeras vezes e as que sorriram, continuaram sorrindo por um bom... tempo.
    Via-se nas ruas, quem saísse na janela às sete da manhã, como num filme velho gravado numa fita, as mesmas pessoas, com os mesmos meros sentimentos, com as mesmas caras de: O que temos para hoje?, e o mesmo pensamento de que o ano passou muito rápido, e já é novembro, e Onde vamos passar o natal, família?
    Felizes mesmo foram os que naquele dia acharam dinheiro no chão, foram tomar um sorvete, reataram um namoro, ganharam um carro, passaram no vestibular (aiai, esse vestibular...), jogaram nos números certos na loteria ou, enfim, casaram com o amor. Mas ninguém, no fim, deu crédito demais ao que acontecera nessa repetição.
    A repetição leva ao cansaço, à nostalgia daquilo que, um dia, foi diferente. As coisas, antes surpreendentes e extraordinárias, viram praxe. Quiçá, tornam-se até chatas e incômodo.
    A vida precisa mesmo é de fazer alguma coisa inesperada, sair do comodismo, parar de cruzar os braços quando algum problema aparece. Doeu? Faz parte. Quem tá vivo sente dor mesmo. A não ser que você tenha aquela doença das pessoas que não sentem dor, aí tudo bem não doer mesmo...
    Mas, se você não é uma pessoa que tem essa doença, esse parágrafo vai ser uma grande lição de vida: A gente passa por testes a vida toda, pra ver se tá pronto pra ir embora. Entendeu? A gente é testado e tentado a vida toda... pra morrer! Então, tenta não fazer tudo igual todo dia a todo momento, porque tudo, na verdade, é isso o que a gente vive agora. Ao invés de ser uma das pessoas da história verídica acima, seja a pessoa que sempre olha pela janela e as vê repetindo a vida que vem pela frente e lamentando a que passou, só que tomando um café num dia, um chá no outro, um pedaço de torta no próximo...

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Janela da alma

    Hoje choveu só na minha janela do ônibus. Todas as outras janelas esbanjavam sol e felicidade. Na minha, chovia uma chuvinha tonta, que embaçava a vista e a mente. Chuvinha insossa, que perdurou num congestionamento de 2 horas. Congestionamento mental. Congestionamento de planos e pensamentos, a construção de um grande cenário digno de Hollywood. Que, bem, nós sabemos: não vai acontecer.
    Alguém irritante batia os joelhos na parte de trás do meu banco. Parei por um instante para perceber, e, ritmadas batidas, lembraram-me as do teu coração. Que nunca o ouvi de pertinho, e só escutei assim, de longe. E a chuva, música dos céus, ainda descia graciosamente só pela minha janela, como um escape, como um limpador de janelas que só vê aquela, pequena e escura janela cheia de cortinas, suja. Chuvinha tonta, insossa. Não me deixava nem ver por onde seguia o ônibus. Achei que ia me perder nesse congestionamento físico e mental.
    Essa chuva, bendita!, me apagou os olhos pro mundo e me virou só pra voz que me falava na cabeça; Acredita! Vai em frente! Para de querer não-ser-feliz. A vida vai longe só que ela passa rápido também. 
     Só não passa a chuva que ainda cega a minha janela suja. A única janela des-feliz daquele ônibus.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Eternos Insatisfeitos

    A gente parece nunca gostar de nada na vida. Assim, ela passa e a gente fica, estático, reclamando de tudo, vendo as pessoas felizes passarem na frente, então a gente reclama porque elas passaram. Digamos que a essência de viver não seja essa. Todo mundo aqui conhece o velho lema de se deixar viver. E é esse um dos grandes problemas da nossa turma. Somos eternos insatisfeitos.
   O uniforme é grande, o logo mudou pra pior, os nomes pareces falados em grego e ninguém se entende. Mas o que a gente entende é que nosso papel pra escrever a história tá acabando, e isso gera um sentimento desesperador dentro de cada um, eu sei disso.
    Parece que a gente não sabe que está sendo presenteado a cada dia. Olhe ao seu redor! Na minha opinião, 2011 foi o ano mais incrível que todo mundo por aí já viveu. E sabe o que a gente faz ao invés de contar as coisas boas? Reclama porque ele tá acabando, e porque não estudou muito, e porque o seu sapato desamarrou, porque caiu no chão, porque sua mãe tá pu** e a culpa não foi sua. É isso. Prestem atenção, porque eu também estou reclamando! 
    Mas então, eu proponho um desafio! A semana vida-boa. Eu duvido que qualquer um que esteja lendo esse texto consiga ficar sem reclamar de nada (isso inclui o sol ou a chuva) durante exatos 7 dias.
    Ah. Não existem prêmios para tal concurso. Apenas seja feliz.
    Eu estou nessa.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Se uma foto pudesse resumir tudo,


Com certeza seria essa.

Armadilhas naturais

    Mas, Deus! O que fazes para que as horas passem tão longamente, pausamente, ente ente? E o vento, que sopra coisas absurdas, inconfessáveis, ao pé do ouvido de quem quer que caminhe ao longe da rua? As folhas parecem dançarinas coloridas, girando e caindo ao nossos pés. 
    Diz, Deus, porque é que o céu parece que combina com a dor que mora aqui dentro. Porque é que as nuvens sempre lembram o rosto de quem já estava no fundo da memória. E os perfumes... Ah!... Os perfumes são sempre aquele que me fazem suspirar. E o vento para quando o perfume alcança todos os nossos sentidos. E envolve, domina. O mundo parou e tá te observando. Como é que faz isso, você-aí-de-cima?
    Dá uma dica aí, pra que eu consiga me desvencilhar de todas essas armadilhas naturais pro meu mero coraçãozinho.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Ai, ai! Tudo diferente!

    Chega uma hora na vida que a gente tem que fazer algumas escolhas difíceis, que implicam em renúncias piores ainda. Mas isso todo mundo sabe, só que a maioria ainda não viveu. Daí, quando vive, é aquela coisa, né?! Chora ali, chora aqui, chora lá, chora acolá. Vem um e diz que vai passar.
    Mas quem conta os ditados é mais feliz de quem os ouve. Justamente porque essa pessoa ainda nao o viveu.
    A rotina da gente muda pra caramba e bem debaixo do nosso nariz. Muda o sapato preferido, porque o velho já tá... velho. As músicas mudam, o quarto pede pra mudar toda vez que se pisa neles. E a vontade é de mudar mesmo! Cortar o cabelo, colocar um shorts diferente. Pegar a mão do namorado e sair de bicicleta por aí.
    Tenho orgulho do meu namorado. Ele é uma pessoa ótima, sem querer nos gabar. Inteligente, carinhoso. Acho que a gente foi feito um pro outro, cada um feito com a metade de um único molde. Te quero pra sempre! Pode?

ps. Tenho muito o que postar! Mas o sinal que significa o fim do meu almoço acabou de tocar. E que venha a química!

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Minha nossa!

    Hoje eu acompanhei a queda da folha da árvore, desde o momento em que se desprendeu até quando tocou o chão, perdendo-se no mar de carros. Hoje eu senti a ponta do meu nariz molhar, enquanto todos usavam guarda-chuvas. Hoje eu me sinto completamente disposta e confiante a ganhar uma competição acirrada e muito importante. É aqui que minha vida começa a andar em linha reta, rumo ao lugar onde quero chegar. Que seria basicamente uma praia.
    Ah sim! Deu tudo certo, o presente tão desejado foi entregue e bem aceito. E, amor, vai ser o melhor presente de todos os que eu já dei. Haja voz pro dia 11!
    Digo que sou feliz e sou mesmo. Hoje só faço o que quero e o que me faz bem. Coisas que me irritam ou não me agradam eu só quero distância. Evito briga, discussão, tapa na cara e tortura. Nesses dias que passam, beliscão só quando for carinho. - Quanto carinho! - Mas é, fazeroquê?
   Aliás, venho pensando em uma história muito boa, que leve nosso Ibope às alturas aqui no blog. Por isso não tenho postado. Ah, e venho bolando boas desculpas também.
    Ok, confesso que tenho permanecido distante de coisas boas também, como muitos amigos meus. Mas parece que meu sistema já está se desligando, preparando-se pros momentos iniciais de AFA, onde ele será desligado por inteiro durante as semanas.
    Só quero que saibam - aqueles de quem me distanciei - que o amor é o mesmo! Completamente atemporal. Mesmo estando assim, meio Abaçaiada, ainda carrego todo mundo no Forte Profundo que aviva o meu interior. Lá, nada nem ninguém pode mexer. Quem está lá não consegue sair de maneira nenhuma. É um local protegido. E, com toda a certeza, sinto que habito o Forte Profundo de cada um que me sorri de orelha a orelha quando passo com cara de sono pelos corredores do colégio.


(Na mitologia tupi, Abaçaí é um espírito maligno que se apossa de um índio que está prestes a ir para alguma batalha, deixando-o enfurecido e confiante. Logo, quem está assim, tá abaçaiado.)

sábado, 10 de setembro de 2011

Felicidade?

 

- Felicidade - disse o mais tolo - Felicidade não existe.
O intelectual: Não no sentido lato.
O empresário: Desde que haja lucro.
O operário: Sem emprego, nem pensar.
O cientista: Ainda será descoberta.
O místico: Está escrito nas estrelas.
O político: Poder!
A igreja: Sem tristeza, impossível! Amém!
O poeta riu de todos e, por alguns minutos, foi feliz.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Raivinha

Eu odeio ser chata. Odeio mesmo. Não gosto das pessoas me olhando feio ou falando mal de mim, normal né. Mas comigo é meio diferente. Parece que eu, quando tenho uma ideia muito contrária, nao gosto de mostrar porque respeito a opinião de outros. Por mais que digam: é dois, é dois, é dois. Eu continuo insistindo, aqui no meu cabeção, que é um. Mas não falo. Permaneço quieta, calada.
Mas todo mundo quer tirar a magia que eu sempre pensei! Já tava tudo planejadinho, certinho, bonitinho aqui na minha cabeça. Mas Meu Deus!