quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Eternos Insatisfeitos

    A gente parece nunca gostar de nada na vida. Assim, ela passa e a gente fica, estático, reclamando de tudo, vendo as pessoas felizes passarem na frente, então a gente reclama porque elas passaram. Digamos que a essência de viver não seja essa. Todo mundo aqui conhece o velho lema de se deixar viver. E é esse um dos grandes problemas da nossa turma. Somos eternos insatisfeitos.
   O uniforme é grande, o logo mudou pra pior, os nomes pareces falados em grego e ninguém se entende. Mas o que a gente entende é que nosso papel pra escrever a história tá acabando, e isso gera um sentimento desesperador dentro de cada um, eu sei disso.
    Parece que a gente não sabe que está sendo presenteado a cada dia. Olhe ao seu redor! Na minha opinião, 2011 foi o ano mais incrível que todo mundo por aí já viveu. E sabe o que a gente faz ao invés de contar as coisas boas? Reclama porque ele tá acabando, e porque não estudou muito, e porque o seu sapato desamarrou, porque caiu no chão, porque sua mãe tá pu** e a culpa não foi sua. É isso. Prestem atenção, porque eu também estou reclamando! 
    Mas então, eu proponho um desafio! A semana vida-boa. Eu duvido que qualquer um que esteja lendo esse texto consiga ficar sem reclamar de nada (isso inclui o sol ou a chuva) durante exatos 7 dias.
    Ah. Não existem prêmios para tal concurso. Apenas seja feliz.
    Eu estou nessa.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Se uma foto pudesse resumir tudo,


Com certeza seria essa.

Armadilhas naturais

    Mas, Deus! O que fazes para que as horas passem tão longamente, pausamente, ente ente? E o vento, que sopra coisas absurdas, inconfessáveis, ao pé do ouvido de quem quer que caminhe ao longe da rua? As folhas parecem dançarinas coloridas, girando e caindo ao nossos pés. 
    Diz, Deus, porque é que o céu parece que combina com a dor que mora aqui dentro. Porque é que as nuvens sempre lembram o rosto de quem já estava no fundo da memória. E os perfumes... Ah!... Os perfumes são sempre aquele que me fazem suspirar. E o vento para quando o perfume alcança todos os nossos sentidos. E envolve, domina. O mundo parou e tá te observando. Como é que faz isso, você-aí-de-cima?
    Dá uma dica aí, pra que eu consiga me desvencilhar de todas essas armadilhas naturais pro meu mero coraçãozinho.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Ai, ai! Tudo diferente!

    Chega uma hora na vida que a gente tem que fazer algumas escolhas difíceis, que implicam em renúncias piores ainda. Mas isso todo mundo sabe, só que a maioria ainda não viveu. Daí, quando vive, é aquela coisa, né?! Chora ali, chora aqui, chora lá, chora acolá. Vem um e diz que vai passar.
    Mas quem conta os ditados é mais feliz de quem os ouve. Justamente porque essa pessoa ainda nao o viveu.
    A rotina da gente muda pra caramba e bem debaixo do nosso nariz. Muda o sapato preferido, porque o velho já tá... velho. As músicas mudam, o quarto pede pra mudar toda vez que se pisa neles. E a vontade é de mudar mesmo! Cortar o cabelo, colocar um shorts diferente. Pegar a mão do namorado e sair de bicicleta por aí.
    Tenho orgulho do meu namorado. Ele é uma pessoa ótima, sem querer nos gabar. Inteligente, carinhoso. Acho que a gente foi feito um pro outro, cada um feito com a metade de um único molde. Te quero pra sempre! Pode?

ps. Tenho muito o que postar! Mas o sinal que significa o fim do meu almoço acabou de tocar. E que venha a química!

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Minha nossa!

    Hoje eu acompanhei a queda da folha da árvore, desde o momento em que se desprendeu até quando tocou o chão, perdendo-se no mar de carros. Hoje eu senti a ponta do meu nariz molhar, enquanto todos usavam guarda-chuvas. Hoje eu me sinto completamente disposta e confiante a ganhar uma competição acirrada e muito importante. É aqui que minha vida começa a andar em linha reta, rumo ao lugar onde quero chegar. Que seria basicamente uma praia.
    Ah sim! Deu tudo certo, o presente tão desejado foi entregue e bem aceito. E, amor, vai ser o melhor presente de todos os que eu já dei. Haja voz pro dia 11!
    Digo que sou feliz e sou mesmo. Hoje só faço o que quero e o que me faz bem. Coisas que me irritam ou não me agradam eu só quero distância. Evito briga, discussão, tapa na cara e tortura. Nesses dias que passam, beliscão só quando for carinho. - Quanto carinho! - Mas é, fazeroquê?
   Aliás, venho pensando em uma história muito boa, que leve nosso Ibope às alturas aqui no blog. Por isso não tenho postado. Ah, e venho bolando boas desculpas também.
    Ok, confesso que tenho permanecido distante de coisas boas também, como muitos amigos meus. Mas parece que meu sistema já está se desligando, preparando-se pros momentos iniciais de AFA, onde ele será desligado por inteiro durante as semanas.
    Só quero que saibam - aqueles de quem me distanciei - que o amor é o mesmo! Completamente atemporal. Mesmo estando assim, meio Abaçaiada, ainda carrego todo mundo no Forte Profundo que aviva o meu interior. Lá, nada nem ninguém pode mexer. Quem está lá não consegue sair de maneira nenhuma. É um local protegido. E, com toda a certeza, sinto que habito o Forte Profundo de cada um que me sorri de orelha a orelha quando passo com cara de sono pelos corredores do colégio.


(Na mitologia tupi, Abaçaí é um espírito maligno que se apossa de um índio que está prestes a ir para alguma batalha, deixando-o enfurecido e confiante. Logo, quem está assim, tá abaçaiado.)

sábado, 10 de setembro de 2011

Felicidade?

 

- Felicidade - disse o mais tolo - Felicidade não existe.
O intelectual: Não no sentido lato.
O empresário: Desde que haja lucro.
O operário: Sem emprego, nem pensar.
O cientista: Ainda será descoberta.
O místico: Está escrito nas estrelas.
O político: Poder!
A igreja: Sem tristeza, impossível! Amém!
O poeta riu de todos e, por alguns minutos, foi feliz.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Raivinha

Eu odeio ser chata. Odeio mesmo. Não gosto das pessoas me olhando feio ou falando mal de mim, normal né. Mas comigo é meio diferente. Parece que eu, quando tenho uma ideia muito contrária, nao gosto de mostrar porque respeito a opinião de outros. Por mais que digam: é dois, é dois, é dois. Eu continuo insistindo, aqui no meu cabeção, que é um. Mas não falo. Permaneço quieta, calada.
Mas todo mundo quer tirar a magia que eu sempre pensei! Já tava tudo planejadinho, certinho, bonitinho aqui na minha cabeça. Mas Meu Deus!

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Rápida

É porque aqui todo mundo é diferente mas a gente se gosta. Cada um, individualmente, é um pedaço do quebra-cabeças que, no dia 29 vai ser terminado e finalizado. Como a minha própria vó faz, o quebra-cabeças vai ser emoldurado e colocado na parede, pra todo mundo ver.
Ai ai...

(Desculpem a demora pra postar, mas sacomé, né?!)

domingo, 14 de agosto de 2011

Direto da situação

Dia dos pais, reunião de famiília. O vô já foi embora pra assistir o jogo. Não entendo co
O é que essa tv coloca jogo em pleno dia dos pais. Coitado dos jogadores que não podem ficar com os filhos. Mas isso é assunto pra outro dia. O primo que tá na academia da força aérea também já foi porque tem que se apresentar às dez da noite. Mas já rolaram milhares de histórias aqui, desde os tempos da brilhantina até a festa de hoje. Como uma prima colocou aqui no vídeo de formatura do primo, não existe família mais esquisita. Mas eu agradeço todos os dias por fazer parte dela! *-* PS. Postando direto do iPhone da Sá. Eis o título do post.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Até eu pensar em alguma coisa...

    Meu coração está aos pulos!
    Quantas vezes minha esperança será posta à prova?
    Por quantas provas terá ela que passar? Tudo isso que está aí no ar, malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu, do nosso dinheiro que reservamos duramente para educar os meninos mais pobres que nós, para cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais, esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais.
   Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova?
    Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?
   É certo que tempos difíceis existem para aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz.
    Meu coração está no escuro, a luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e os justos que os precederam: “Não roubarás”, “Devolva o lápis do coleguinha”, “Esse apontador não é seu, minha filha”. Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar.
    Até habeas corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha visto falar e sobre a qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará. Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear: mais honesta ainda vou ficar.
    Só de sacanagem! Dirão: “Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo mundo rouba” e vou dizer: “Não importa, será esse o meu carnaval, vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos, vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau.”
    Dirão: “É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal”. Eu direi: Não admito, minha esperança é imortal. Eu repito, ouviram? Imortal! Sei que não dá para mudar o começo mas, se a gente quiser, vai dar para mudar o final!
Elisa Lucinda (Vitória, Espírito Santo; 2 de fevereiro de 1958) é uma poeta, escritora, jornalista e atriz brasileira.